quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ainda sobre a Segurança.

Também no dia 24 deste mês, Danah Boyd, colocou à disposição do público em geral, um primeiro rascunho de “Risky Behaviors and Online Safety: A 2010 Literature Review”, onde são actualizados os dados propostos na revisão realizada em 2008.
Como se pode ver neste vídeo, para esta autora, mais do que se observar os dados estatísticos, é necessário ter em consideração a forma como se interpreta estes dados:



Seis em cada dez menores dizem ter tido más experiências online


A Symatec (empresa que comercializa o Norton AntiVirus), apresentou no dia 24 deste mês, em Lisboa, os resultados de um estudo que teve como população-alvo 2800 menores entre os 8 e os 17 anos e 7000 adultos (1700 dos quais pais de menores). Estes inquéritos foram realizados em 14 países dos cinco continentes, não sendo incluído Portugal. Este estudo, verificou que 72% das crianças e jovens inquiridos dizem ter tido uma experiência negativa online, como exposição a nudez ou tentativas de contacto por parte de estranhos. Das experiências negativas referidas, a mais comum foi a tentativa de contacto por parte de estranhos em redes sociais – o que aconteceu a 41% das crianças e jovens. 20% das crianças e jovens afirmam que os pais “não têm ideia” daquilo que elas fazem online, apenas 5% dos pais admitem ser este o caso e 40% dizem saber sempre aquilo que os filhos estão a fazer.
Estes resultados não parecem diferenciar-se muito, de outros estudos já existentes. É curioso, que nos resultados obtidos pelos vários grupos na realização do trabalho “Entrevista a Jovens sobre a Utilização Social dos Media Digitais” nesta uc, os jovens não admitem ter tido este tipo de experiências negativas, apesar de admitirem que os seus pais, em geral não sabem o que eles fazem na net, porque consideram que faz parte da sua privacidade. Parece assim, que os jovens, quando não se encontram em situação de anonimato, têm algumas dificuldades em admitir, perante os adultos, os riscos que correm. Por isso, considero que todos os programas que tentam promover uma melhor consciencialização sobre os perigos e benefícios no uso da net, tendo como população-alvo, quer as crianças e jovens, quer os pais e outros educadores, é fundamental. Para, Tito de Morais, responsável pelo projecto MiudosSegurosNa.Net, os pais podem usar as ferramentas online – como as redes sociais – para diagnosticarem problemas dos filhos. Mas sublinhou ser importante que se saibam comportar nestes espaços – escrever um comentário na página de Facebook do filho, mesmo que pareça inócuo para os pais, pode ser embaraçoso para o jovem, exemplificou.Parece por isso, existir um grande trabalho pela frente, na consciencialização e promoção de competências de literacia digital (de que faz obviamente parte a segurança no uso da internet) nos pais dos nativos digitais.

O sites Seguranet.pt e MiudosSegurosNa.Net são sempre dois bons exemplos de suporte para pais, educadores e até para os próprios jovens.


Fonte: Público Online de 24 de Junho de 2010

sábado, 26 de junho de 2010

Actividade 4 - ENTREVISTA A JOVENS SOBRE A UTILIZAÇÃO SOCIAL DOS MEDIA DIGITAIS

Este trabalho teve como objectivo “Identificar as marcas identitárias da adolescência em sites sociais de jovens”. Assim, posso dividir este trabalho em 3 grandes partes:

1- Construção de um guião de entrevista;
2- Realização das entrevistas e um trabalho sobre estas;
3- Debate no fórum sobre os trabalhos realizados.

Quanto à construção de um guião de entrevista, esta foi realizada de forma colaborativa entre todo o grupo turma, usando-se para isso, uma funcionalidade wiki inserida na plataforma Moodle. Esta modalidade foi deveras intressante, principalmente pelo processo, apresar do resultado também ser bastante importante. Porquê o processo? Porque, na minha opinião, o processo fez-me reflectir sobre as dificuldades de construir algo de forma colaborativa com um número elevado de elementos (cerca de 20). Como se trata de um projecto realizado em conjunto, todos têm opiniões diferentes, todos colocam novas informações. Isso levou a que no fim tivéssemos uma enormidade de questões, e claro, como somos todos adultos educados, ninguém tinha coragem de apagar as questões escritas pelos colegas. Depois da realização deste questionário colaborativo, penso que o trabalho colaborativo em rede, funciona melhor quando existe um mediador que tem o “poder” de sugerir alterações e fazer mesmo modificações no que foi realizado. Se a professora não tivesse efectuado esse processo, teríamos no final uma entrevista de muitas páginas, operacionalmente impossível de aplicar. Quanto ao resultado, considero que o questionário abrangeu uma multiplicidade de áreas que nos permite compreender melhor como os adolescentes utilizam e se relacionam nos media digitais.

Após a finalização da criação das entrevistas, a turma dividiu-se em vários grupos que realizaram a aplicação das entrevistas a jovens entre 11 e os 17 anos. O nosso grupo optou por entrevistar 3 jovens com diferentes idades e residentes em diferentes regiões do país. Basta carregar na imagem em baixo, para consultar todo o trabalho realizado:


Apesar de termos entrevistado apenas 3 jovens e, por isso, os resultados não serem estatisticamente significativos, este trabalho foi deveras importante, porque nos permitiu conhecer melhor o comportamento dos Nativos Digitais portugueses. É interessante que os resultados obtidos, não diferem muito da maioria do que está descrito na literatura sobre esta temática, onde se destaca, por exemplo, os estudos de danah boyd referidos na Actividade 3 desta uc.
Por último, foram colocados no fórum todos os trabalhos de todos os grupos, sendo possível a cada aluno analisar e debater informações referentes a cada um desses trabalhos.
Trabalhos dos outros grupos que estão disponíveis online:

Grupo Hip-Hop
Grupo Reggae
Grupo Pop
Grupo Heavy Metal


Os debates foram bastante interessantes, focalizaram-se inicialmente em cada um dos trabalhos, mas posteriormente afunilaram para um comentário geral, já que a unanimidade dos alunos concorda que os dados obtidos, nos vários trabalhos, são muito semelhantes.


Quanto a conclusões gerais, parece que todos os jovens usam os media digitais, apesar de uns considerarem os telemóveis mais indispensáveis e outros os computadores. Parece que em Portugal, ainda não é muito comum os adolescentes utilizarem a internet no telemóvel, porque senão este dilema não se colocava. Por outro lado, parece que os jovens usam todos as redes sociais, sendo que os mais jovens estão a optar mais pelo Facebook, contrariamente aos mais velhos que usavam mais frequentemente o Hi5. Tal como já tinha explorado anteriormente, parece que os blogs não são recursos utilizados pelos adolescentes, aqueles que já os usaram, apenas os criaram como recurso inerente a trabalhos efectuados na escola. Mas a conclusão mais evidente, é que a grande maioria dos jovens consideram que a internet é um local de liberdade e que os pais não têm de saber o que eles fazem diariamente no mundo digital. Também preocupante, é verificar que parecem existir diferenças quanto à supervisão parental dependendo do nível socioeconómico familiar: os pais de famílias mais desfavorecidas são mais negligentes nessa supervisão. Parece por este motivo, crucial a aposta na promoção da literacia digital nos adultos, nomeadamente nos adultos provenientes de classes socioeconómicas menos favorecidas.
Em geral, o debate referente a esta actividade foi muito produtivo. Pessoalmente não senti grande dificuldade na realização destas actividades, pelo contrário, senti bastante motivação em adquirir mais conhecimentos sobre o modo como os jovens usam os meios digitais, de forma a poder futuramente utilizar estes conhecimentos na criação de intervenções pedagógicas mais adequadas às competências e motivações dos nativos digitais. Considero que esta actividade foi bastante pertinente, porque podemos observar na prática, através do resultado das entrevistas realizadas, aquilo que tínhamos explorado nos textos já trabalhados nas outras actividades desta uc.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Entrevista com Danah Boyd


Ter Facebook é tão importante como ter água, electricidade, esgotos, ou a Internet?

“People’s language reflects that people are depending on Facebook just like they depended on the Internet a decade ago.”

Segundo danah boyd, parece que para muita gente a rede social do Facebook já se tornou uma verdadeira necessidade. Parece ser tão importante ter uma conta e acesso ao Facebook, como ter em casa água, electricidade, esgotos, ou a Internet. Neste post, esta autora reflecte sobre as possíveis implicações de se ter de regular as redes sociais como o Facebook.

Mas, será que as redes sociais se estão a tornar realmente uma necessidade?

Facebook is a utility; utilities get regulated