sábado, 26 de junho de 2010

Actividade 4 - ENTREVISTA A JOVENS SOBRE A UTILIZAÇÃO SOCIAL DOS MEDIA DIGITAIS

Este trabalho teve como objectivo “Identificar as marcas identitárias da adolescência em sites sociais de jovens”. Assim, posso dividir este trabalho em 3 grandes partes:

1- Construção de um guião de entrevista;
2- Realização das entrevistas e um trabalho sobre estas;
3- Debate no fórum sobre os trabalhos realizados.

Quanto à construção de um guião de entrevista, esta foi realizada de forma colaborativa entre todo o grupo turma, usando-se para isso, uma funcionalidade wiki inserida na plataforma Moodle. Esta modalidade foi deveras intressante, principalmente pelo processo, apresar do resultado também ser bastante importante. Porquê o processo? Porque, na minha opinião, o processo fez-me reflectir sobre as dificuldades de construir algo de forma colaborativa com um número elevado de elementos (cerca de 20). Como se trata de um projecto realizado em conjunto, todos têm opiniões diferentes, todos colocam novas informações. Isso levou a que no fim tivéssemos uma enormidade de questões, e claro, como somos todos adultos educados, ninguém tinha coragem de apagar as questões escritas pelos colegas. Depois da realização deste questionário colaborativo, penso que o trabalho colaborativo em rede, funciona melhor quando existe um mediador que tem o “poder” de sugerir alterações e fazer mesmo modificações no que foi realizado. Se a professora não tivesse efectuado esse processo, teríamos no final uma entrevista de muitas páginas, operacionalmente impossível de aplicar. Quanto ao resultado, considero que o questionário abrangeu uma multiplicidade de áreas que nos permite compreender melhor como os adolescentes utilizam e se relacionam nos media digitais.

Após a finalização da criação das entrevistas, a turma dividiu-se em vários grupos que realizaram a aplicação das entrevistas a jovens entre 11 e os 17 anos. O nosso grupo optou por entrevistar 3 jovens com diferentes idades e residentes em diferentes regiões do país. Basta carregar na imagem em baixo, para consultar todo o trabalho realizado:


Apesar de termos entrevistado apenas 3 jovens e, por isso, os resultados não serem estatisticamente significativos, este trabalho foi deveras importante, porque nos permitiu conhecer melhor o comportamento dos Nativos Digitais portugueses. É interessante que os resultados obtidos, não diferem muito da maioria do que está descrito na literatura sobre esta temática, onde se destaca, por exemplo, os estudos de danah boyd referidos na Actividade 3 desta uc.
Por último, foram colocados no fórum todos os trabalhos de todos os grupos, sendo possível a cada aluno analisar e debater informações referentes a cada um desses trabalhos.
Trabalhos dos outros grupos que estão disponíveis online:

Grupo Hip-Hop
Grupo Reggae
Grupo Pop
Grupo Heavy Metal


Os debates foram bastante interessantes, focalizaram-se inicialmente em cada um dos trabalhos, mas posteriormente afunilaram para um comentário geral, já que a unanimidade dos alunos concorda que os dados obtidos, nos vários trabalhos, são muito semelhantes.


Quanto a conclusões gerais, parece que todos os jovens usam os media digitais, apesar de uns considerarem os telemóveis mais indispensáveis e outros os computadores. Parece que em Portugal, ainda não é muito comum os adolescentes utilizarem a internet no telemóvel, porque senão este dilema não se colocava. Por outro lado, parece que os jovens usam todos as redes sociais, sendo que os mais jovens estão a optar mais pelo Facebook, contrariamente aos mais velhos que usavam mais frequentemente o Hi5. Tal como já tinha explorado anteriormente, parece que os blogs não são recursos utilizados pelos adolescentes, aqueles que já os usaram, apenas os criaram como recurso inerente a trabalhos efectuados na escola. Mas a conclusão mais evidente, é que a grande maioria dos jovens consideram que a internet é um local de liberdade e que os pais não têm de saber o que eles fazem diariamente no mundo digital. Também preocupante, é verificar que parecem existir diferenças quanto à supervisão parental dependendo do nível socioeconómico familiar: os pais de famílias mais desfavorecidas são mais negligentes nessa supervisão. Parece por este motivo, crucial a aposta na promoção da literacia digital nos adultos, nomeadamente nos adultos provenientes de classes socioeconómicas menos favorecidas.
Em geral, o debate referente a esta actividade foi muito produtivo. Pessoalmente não senti grande dificuldade na realização destas actividades, pelo contrário, senti bastante motivação em adquirir mais conhecimentos sobre o modo como os jovens usam os meios digitais, de forma a poder futuramente utilizar estes conhecimentos na criação de intervenções pedagógicas mais adequadas às competências e motivações dos nativos digitais. Considero que esta actividade foi bastante pertinente, porque podemos observar na prática, através do resultado das entrevistas realizadas, aquilo que tínhamos explorado nos textos já trabalhados nas outras actividades desta uc.

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