quarta-feira, 12 de maio de 2010

ACTIVIDADE 3- MEDIA DIGITAIS E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL

Este trabalho foi aquele que até agora mais me motivou nesta unidade curricular e em que senti que adquiri mais conhecimentos.

1ª Parte

Inicialmente, cada grupo teve de trabalhar um texto e nós decidimos escolher o seguinte:

"Why Youth Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life" de danah boyd

Tendo resultado num resumo (para ver basta carregar na imagem)


Este trabalho ajudou-me a compreender melhor a utilização das redes sociais por parte dos adolescentes. Entender a forma como os jovens utilizam as redes sociais, não é uma questão de curiosidade, nem de tentativa de controlar os comportamentos destes, mas é acima de tudo, uma forma de avaliar como se pode potenciar estratégias, para que os educadores consigam convenientemente, não policiar, mas guiar os jovens nesse contexto virtual. Este trabalho permitiu-me tomar consciência sobre a história e a evolução das várias redes sociais. A investigação para este trabalho, permitiu-me também, conhecer os estudos de danah boyd, autora que comecei a seguir com bastante atenção. O único que para mim foi frustrante nesta parte do trabalho, foi não ter encontrado quase nenhuns dados sobre investigações que se tenham debruçado sobre a utilização das redes sociais por parte dos adolescentes portugueses.

2ª Parte

Seguidamente, analisamos os vários resumos criados pelos outros grupos.

Textos que foram resumidos pelos outros grupos:

Stern, S. (2008). Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship. In Youth, Identity, and Digital Media: 95-117.


Yardi, S. (2008). Whispers in the Classroom. In Digital Youth, Inovation, and the Unexpected:
143-164.

Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47.

Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.

Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.


Depois da análise, foram realizados debates no fórum que possibilitaram a troca de ideias e a aquisição de novas informações e conhecimentos. Destaco aqui as avaliações e críticas feitas pelos outros colegas ao nosso resumo. Existe um conjunto de conhecimento que adquiri quer nas participações que fiz no forúm sobre esses resumos, quer das realizadas pelos outros colegas. Destaco aqui só algumas: a noção do que é o backchannel e como se pode utilizar em contexto de sala de aula; o trabalho realizado pelo Global Action Project ; alguns argumentos para me convencer sobre as possíveis potencialidades que os blogs, nomeadamente compreender como os jovens os usam em meio académico; a noção de “absent presence” proposta por Kenneth J.Gergen ; entre muitos outros novos conhecimentos …

O único que posso apontar a esta segunda fase do trabalho, foi o tempo limitado que tivemos para efectuar estes debates no fórum: sobre tão rico material, ficou tanto por dizer.

ACTIVIDADE 2-IDENTIDADE SOCIAL NA ADOLESCÊNCIA

Neste trabalho focalizamo-nos na identificação das características do processo de construção de identidade na adolescência. Para isso, iniciamos o trabalho pela leitura individual e elaboração de uma síntese dos seguintes textos:

Schmitt, K.; Dayanim, S.; & Matthias, S. (2008). Personal Homepage Construction as an Expression of Social Development. In Development Psychology, 44 (2), 496-506.

Seguiu-se um debate, moderado pela professora, no fórum do Moodle. Neste debate, foram levantadas muitas questões sobre o processo de construção da identidade adolescente. Discutimos, sobre o que é a adolescência, quando é que esta inicia e quando termina, qual a importância do grupo de pares e da família, mas também, temas mais recentes como as diferentes noções de vida privada e de segurança no uso da Web (neste caso mais focalizado nos blogs). Saliento uma discussão interessante sobre se será mais agradável viver na era pré ou pós net.
Da análise dos textos e do debate que se seguiu, podemos concluir que os adolescentes têm uma grande ligação com as novas tecnologias, o que leva a que vivam o processo de construção identitária da adolescência em contextos bastante distintos dos vividos pelas gerações anteriores. Mesmo assim, parece que, tal como sempre foi descrito pela literatura da psicologia, estes continuam a viver as alegrias e as angustias típicas desta fase da vida, sendo agora a forma de comunicação (quer por parte emissor, quer do receptor) completamente díspar do que acontecia no período pré massificação da internet.
Pessoalmente, senti alguma dificuldade na realização deste trabalho. Uma dessas dificuldades deveu-se ao facto de já conhecer a obra de Erikson, mas não ser propriamente um adepto desta visão, quase hierárquica, de sequências de estádios de desenvolvimento. Apesar de não ser já uma teoria psicanalítica, Erikson ainda vê o desenvolvimento numa óptica do Self (apesar de ser um self já em contacto com o outro). Pessoalmente, considero que o Self depende mais das práticas discursivas através das quais os sujeitos (neste caso os adolescentes) dão sentido ao seu mundo e aos seus comportamentos, sendo o Self uma construção social.
Outro factor que me dificultou este trabalho, foi um dos textos ser focalizado num recurso, que penso se relacionar pouco com os adolescentes actuais – o blog. Considero que o blog é um recurso de transição entre a Web 1.0 para a Web 2.0, que já pouco significado tem para os actuais Nativos Digitais. Parece-me que as potencialidades das actuais Redes Sociais têm levado a que cada vez menos adolescentes criem blogs.
Apesar destas dificuldades, este trabalho ajudou-me a ter uma nova visão sobre a construção da identidade nos Nativos Digitais, nomeadamente verificar que muitas das teorias clássicas da psicologia do desenvolvimento criadas num contexto pré massificação das TIC, se adaptam (umas melhor do que outras) ao novo mundo digital.
Para mim também foi deveras importante a análise que se fez sobre a nova linguagem - Netspeak. Não posso deixar de destacar o fabuloso vídeo proposto pela colega Luísa, relacionado com esta nova linguagem típica de uso na Net - PROJECTO TORGA EM SMS:

quarta-feira, 28 de abril de 2010

ACTIVIDADE- 1 NATIVOS DIGITAIS VS IMIGRANTES DIGITAIS

Apesar de já anteriormente ter tido contacto com as definições de Nativos Digitais e Imigrantes Digitais, nomeadamente quando li a obra de Marc Prensky Don `t Bother Me Mom- I´m Learning!” , a leitura dos dois artigos propostos nesta Actividade 1, que por acaso são deste mesmo autor, permitiram-me um melhor conhecimentos das diferentes formas de agir e pensar
destes dois tipos de gerações de utilizadores de tecnologias.

Este trabalho permitiu-me consolidar os conhecimentos que já tinha desta temática, mas mais que isso, permitiu que em pequeno grupo debatêssemos e reflectíssemos sobre como nos avaliamos e nos posicionamos perante esta quase dicotomia de caracterização dos usuários das TIC.


Marc Prensky (2006), coloca a seguinte dúvida:

“… in my view, the single bigges problem facing education today is that digital immigrant parents and teachers, who came from the pré-digital age, are struggling to teach a population that speaks an entirely new language
”.

Para compreendermos melhor o ponto de vista deste autor, podemos seguir, como exemplo, a sua apresentação realizada em 25 de Novembro de 2009, no Encontro Nacional de Informática Educativa, no Chile:



Na minha opinião, tal como na aprendizagem das línguas, existem nativos e imigrantes, mas não basta saber línguas, é necessário saber aplicá-las correctamente. Existem por isso, nativos de uma língua que são iletrados ou não têm capacidade de usar essa língua de forma funcional. Por outro lado, surgem imigrantes, que aprendem essas línguas já tardiamente (utilizando para isso, zonas neurológicas diferentes das utilizadas pelos nativos na sua aprendizagem inicial da língua), mas conseguem dominar essa língua quase na perfeição, chegando mesmo a adquirir algumas das características típicas dos nativos, tornando-se muitas vezes funcionalmente proficientes na utilização dessa língua.

Será que o mesmo não pode ocorrer com os nativos e imigrantes digitais?

Quero com isto dizer, que me parece imperioso que os educadores, sobretudo os docentes, sejam cada vez mais capazes de se tornarem funcionalmente competentes na utilização das TIC, para que possam servir de guia aos seus educandos nativos digitais, de forma a que estes se sintam em segurança e contextualizados nas suas aprendizagens.

Só conhecendo bem as características que diferenciam os nativos dos imigrantes digitais é que podemos vir a ser bons guias no contexto tecnológico.